Por Adriano Firmino
Marques
Sábado, 15 de junho, deu início
ao evento de abertura da COPA DAS CONFEDERAÇÕES, no Estádio de esportes Mané
Garrincha, em Brasília. Antes do jogo, os canais de Tv noticiavam sobre a
manifestação de um grupo de pessoas que protestavam contra o gasto de mais de um
milhão de reais na reforma do estádio. Os manifestantes reivindicavam por mais
investimentos na educação e na saúde.
A verdade, é que está sendo gasto MILHÕES DE
REAIS nesses estádios, Para ter uma ideia: no Estado do Amazonas o governo está
construindo um estádio para realizar um dos jogos da COPA – 2014. Amazonas não
é o Estado que tem forte cultura em jogos de futebol. E, outra, quando passar a
COPA, o estádio vai virar “ruinas
abandonadas”, porque no Amazonas não há grande clubes de futebol como no
Sudeste do Brasil. Situações como essa acontece, enquanto a educação está
"sucateada" e a saúde "falida".
A COPA é uma farsa, o país
precisa de mais investimentos na educação, saúde, segurança pública... É
vergonhoso, o governo investir tanto em obras que beneficia a um grupo de
esportista, enquanto a maioria da população pobre brasileira vive a margem, sem
educação de qualidade. E não precisa ir longe, para detectar situações em nível
de miserabilidade, basta ir aos hospitais públicos, as filas de postos de
saúde; nas escolas públicas em que crianças comparecem a escola simplesmente para
alimentar-se da merenda escolar. E quando não tem merenda na escola? Essas
crianças vão ter entusiasmo de estudar, criar e produzir alguma atividade
pedagógica, com o estômago vazio?
Longe de achar que não é
importante investir em esportes. Como educador sei que a atividade esportiva
instrui o indivíduo para a disciplina, equilíbrio e muitas ações tira jovens
das ruas. Mas, seria mais coerente se a mesma atenção que o governo dá ao
esporte que beneficia a um grupo de jogadores que já recebem altos salários,
construindo e reformando estádios, dessem para milhares de jovens que
precariamente estudam em escolas sucateadas. Por que a educação é sempre vista
em segundo plano? A CF - Constituição Federal, em seu 6º artigo ostenta a
educação em primeiro lugar, em seguida vem saúde, alimentação, trabalho,
moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à alimentação e a infância
e assistência aos desamparados.
O Brasil é contraditório em
questão de direitos humanos, tem segmento em que há exorbitantes gastos de
recursos públicos, enquanto outros como educação e saúde vive uma realidade
gritante. O alagoano doutor em Direito Público George Sarmento diz que “o despertar do sujeito de direito passa pela
educação crítica, dialética e comprometida com a valorização da pessoa humana
em todas as suas dimensões”. Evidentemente aqueles manifestantes que se
encontravam na avenida do eixo monumental do centro administrativo do Brasil
sabem que sem educação não educa e nem forma cidadãos conscientes de seus
direitos.
A prova que a sociedade não está satisfeita com megas eventos
esportivos, é que a Presidenta Dilma Rousseff foi vaiada no momento em que o
presidente da FIFA agradecia o governo pelos investimentos ao esporte, no
Brasil. Fica evidente que a educação precisa de mais investimentos e politicas
públicas mais sérias, que beneficia as instituições educativas de áreas
periféricas; das escolas do campo, em fim das escolas que precisam muito de investimentos.